O potencial agrícola brasileiro é inquestionável, o país é o quarto maior exportador mundial de produtos agrícolas – ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos – sendo capaz de atender a demanda interna e externa. Porém, esse grande destaque não seria possível sem o agronegócio, que possuí relação muito forte com fertilizantes e consequentemente com a mineração, responsável pela extração do potássio.
Mas o que são os fertilizantes?
De forma resumida, o fertilizante é um produto que fornece nutrientes para as plantas. O seu uso é essencial para a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, aumento da produtividade das culturas, qualidade de alimentos e para a sustentabilidade econômica e ambiental.
O NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) é um dos fertilizantes mais conhecidos e importantes para o desenvolvimento da agricultura, tendo o potássio como matéria-prima indispensável.
Atualmente, cerca de 95% da produção mundial de Potássio é destinada a agricultura e somente 5% é aplicado na indústria. O Brasil sempre dependeu da importação de potássio, fato que só aumenta a cada ano.
O Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo. Também ostenta o título de maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia.
Relação Agronegócio x Mineração
A mineração e a agricultura possuem uma relação bem próxima. Grande parte da produção de commodities agrícolas depende da oferta de fertilizantes, e alguns fertilizantes dependem diretamente da mineração.
Atualmente algumas empresas de mineração extraem a commodity no Brasil, porém, como apresentado nesse material, a produção interna não é suficiente para atender a demanda necessária.
O Ministério da Agricultura afirma que, na projeção para a próxima década, a produção agrícola do Brasil vai saltar dos atuais 250,9 milhões (2019/2020), para 318,3 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 27%.
Com esse panorama, é fundamental para o país ampliar suas pesquisas voltadas para insumos agrícolas, tanto para produção dos fertilizantes convencionais (NPK e outras formulações), como para fertilizantes alternativos.
Novos negócios e perspectivas de mercado
Nesse sentido, o Ministério de Minas e Energia, por meio do Serviço Geológico do Brasil, tem buscado oportunidades para reduzir a alta dependência externa de fertilizantes do país, possibilitando atender a demanda crescente de produção de alimentos.
De acordo com o Informe Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil, até o momento, pode-se afirmar a existência de depósitos no estado do Amazonas, em Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, com reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas de minério, além de ocorrências em Silves, São Sebastião do Uatumã, Itapiranga, Faro, Nhamundá e Juruti.
De acordo com o diretor de Geologia e Recursos Minerais, do Serviço Geológico do Brasil, Marcio Remédio, caso os depósitos identificados entrem em produção, o impacto para o setor agrícola e para produção de fertilizantes no Brasil pode ser imediato.
A empresa Terra Brasil também fez descobertas interessantes e prevê investir em um projeto de extração de fosfato e potássio no estado de Minas Gerais. A jazida a ser explorada possui aproximadamente 1,6 mil hectares de área e é considerada a maior do Estado e uma das maiores do País, com volume estimado em dois bilhões de toneladas de minerais.
Por meio de novos projetos, o país prevê aumentar a produção de insumos agrícolas e consequentemente ofertá-los a preços mais competitivos no mercado. Ainda existem inúmeras oportunidades a serem exploradas, e a mineração de potássio – e outros insumos agrícolas – sem dúvida será um ganho expressivo para o Brasil.
Referências
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/tendencias-da-producao-de-fertilizantes-no-brasil